Quando meditamos acerca das circunstâncias do nascimento de Jesus, embora a narrativa bíblica do episódio seja concisa, somos bastante edificados pelos diversos ensinamentos relacionados com o modo como o “Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Diz a Bíblia que José e Maria tiveram que empreender uma complicada viagem de Nazaré para Belém: “Estando eles aí, cumpriu-se a hora do parto, e deu à luz o seu filho primogênito. Envolveu-o em panos o deitou numa manjedoura, pois não haviam encontrado lugar na pousada” (Lc 2,6-7).
Por obediência, os pais de Jesus puseram-se a caminho de Belém. Apesar de estarem cumprindo uma missão, não se distinguiram da multidão por privilégios advindos da tarefa para a qual estavam encarregados. Pelo contrário, não se recusaram a partilhar os sofrimentos comuns a todos que seguiam para Belém naquela ocasião. Além de sofrerem as agruras do percurso, algo de insólito aconteceu ao término da caminhada: José, como chefe de família, não conseguiu arranjar alojamento adequado para sua esposa e para Jesus, que estava prestes a nascer.
Encontrou apenas um pequeno estábulo, lugar pouco apropriado para o nascimento de uma criança. As circunstâncias desfavoráveis não tiraram o brilho daquele acontecimento. Diz a Bíblia que pessoas simples da região foram envolvidas pelo resplendor da glória de Deus, seus corações se encheram de alegria e, apressadamente, dirigiram-se a Belém para ver o que aconteceu (Cf. Lc 2,8-16). Relata-se também que sábios oriundos de terras longínquas, atraídos por uma intensa luz celeste, igualmente tomaram o caminho de Belém com o objetivo de prestar homenagem ao menino Jesus (Cf. Mt 2,1-12).
Assim como José e Maria, os pastores dos arredores do lugar onde Jesus nasceu e os sábios do Oriente, cada um de nós é chamado, neste Natal, a colocar-se a caminho de Belém: o caminho da fé, da superação, da simplicidade, da alegria e do louvor a Deus pelo dom da salvação.
Pe. Wanderley Martins da Cunha
Pároco