A cada início de um novo ano, renova-se em nós a consciência de que somos todos viandantes pelas estradas da vida. A viagem como representação da existência humana é bastante ilustrativa da nossa condição itinerante nestas paisagens terrenas em que vivemos. Como peregrinos da existência, buscamos rotas e caminhos, permeados de questionamentos e incertezas que, às vezes, nos deixam angustiados e até desnorteados. Como caminhantes da história, desejamos dar a nossa contribuição ao mundo em que estamos inseridos, embora também duvidemos de nossas potencialidades e talentos. Como andarilhos da vida, catamos sentido para as coisas mais triviais de nosso existir e buscamos respostas para inúmeras interrogações que não saem de nossas mentes.
Em 2018, vamos percorrer mais um trecho de nossa viagem. Não sabemos bem o que vamos encontrar ao longo do caminho; deixemos de lado o medo e as seguranças ilusórias, e tomemos o bastão de peregrinos, e continuemos a marcha. Para uns, a viagem prossegue, mas eles não sabem para onde caminham; para outros, a caminhada parece conduzi-los sempre ao mesmo lugar, parecem estar eternamente perambulando em círculos, suas vidas não avançam. Para nós, cristãos, não pode ser assim. Nossa viagem tem um termo: ver Deus face a face.
Em nossa caminhada rumo à casa do Pai, temos um mapa: a Bíblia. Além do mais, nosso itinerário é iluminado por um potente facho de luz: a fé em Cristo. Enquanto muitos se perdem trilhando atalhos duvidosos, nós não nos perdemos existencialmente porque seguimos o caminho inaugurado por Jesus. Ao longo dos séculos, essa estrada foi percorrida por tantos homens e mulheres que encontraram, nos ensinamentos do Mestre de Nazaré, alívio das angústias, libertação do medo, confirmação de suas capacidades, enfim, encontraram um novo horizonte existencial que aponta para o sentido eterno da vida humana.
Assim, embora também compartilhemos das mazelas comuns aos homens e mulheres de nosso tempo, tenhamos a certeza de que, enquanto seguidores do Caminho inaugurado por Jesus Cristo, em 2018, percorreremos as veredas mais bonitas desta interessante viagem que se chama vida.
Pe. Wanderley Martins da Cunha
Pároco