Paróquia

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Contagem)

07h

10h
19h
19h30
TERÇO NA GRUTA - PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS

18h

Quinta-Feira anterior á primeira sexta-feira do mês - Adoração ao Santíssimo

20h

Terça-Feira - Grupo de Oração Cristo Libertador

19h30

Segunda-Feira - Terço dos Homens

20h

1ª sexta-feira de cada mês - Missa

19h30

Comunidade Santa Luzia

Domingo
08h30
Sábado
18h
TODO DIA 13 - NOVENA E TERÇO EM HONRA A SANTA LUZIA

19h30

QUINTA-FEIRA ANTERIOR Á PRIMIERA SEXTA-FEIRA DO MÊS - ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO

18h

QUARTA-FEIRA - GRUPO DE ORAÇÃO JESUS MISERICORDIOSO

19h30

1ª sexta-feira de cada mês - Missa

18h

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Da mesa ao altar, do altar à mesa

Celebrar o Corpo de Cristo deve nos ajudar a projetar o clima familiar e fraterno que envolve os nossos almoços de domingo na refeição eucarística. (Josh Applegate/ Unsplash)

 

Por Daniel Reis*

É domingo! Após uma semana onde cada membro da família estava separado um do outro, absorto em suas ocupações e afazeres, é hora de fazer uma pausa e atender à convocação da matriarca ou patriarca para se reunir. No enlevo do encontro, ao rever as pessoas amadas e com elas se relacionar, há uma oportunidade toda especial para compartilhar os últimos acontecimentos, sejam eles tristes ou alegres, de angústia ou esperança: a mesa! Em torno da vida da mesa é possível viver a vida, é possível conviver! Nela reunidos, as memórias vão emergindo nas histórias contadas, nos sorrisos erguidos e nas lágrimas derramadas.

Assim também é a Eucaristia da Igreja: dispersos na individualidade de nossas vidas, somos reunidos pela unidade da nossa fé. “No dia em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte” (Missal Romano) – ou seja, o domingo – o Senhor nos convoca de todos os cantos e lugares para que, constituindo a assembleia-Igreja (ekklesia), possamos comungar da vida uns dos outros e, assim, comungarmos de Sua própria vida redentora entregue por nós.

Nesta reunião da família de Deus, ocupa lugar central e especial o altar, a mesa do sacrifício na qual as vidas se oferecem reciprocamente, em razão e a exemplo da grande oferta de vida realizada por Jesus a todos nós. Ao redor desta mesa sublime também fazemos memória, recordando toda a vida de Jesus, que nos ensina a viver como irmãs e irmãos, filhas e filhos do mesmo Pai amoroso. Alimentando-nos da mesa eucarística, entramos em comunhão com a vida do Senhor nela oferecida e com a vida de todos os que dela se saciam. Tomando do Corpo, nós formamos um único Corpo: de Cristo, da Igreja!

Celebrar o Corpo de Cristo deve nos ajudar a projetar o clima familiar e fraterno que envolve os nossos almoços de domingo na refeição eucarística, levando ao altar do Senhor o amor das nossas mesas, fazendo do banquete da grande família de Deus, que é a Eucaristia, um lugar propício à convivialidade dos irmãos e irmãs em Cristo, a fim de que “nós, que participamos desta refeição, fiquemos sempre mais unidos (…)” (Oração Eucarística X – para missas com crianças – II).

Por outro lado, se é preciso levar a vida humana à mesa do Senhor, imperioso se faz trazer a vida de Cristo às nossas mesas. O Corpo de Cristo não pode se desfazer ao cruzar as portas da igreja, mas inspirados e nutridos pelo amor experimentado lá dentro, devemos promovê-lo “lá fora”, ao mundo, começando pelas nossas casas e famílias. A maravilha do convívio que a Eucaristia realiza é modelo para o convívio em nossos lares e em nossa sociedade. Não há como se constituir Corpo de Cristo ao celebrar a Eucaristia e este mesmo Corpo ser mutilado, ou pior, esquartejado no mundo em que vivemos, quando marcado pela divisão, individualismo e falta de alteridade.

É preciso, portanto, que haja uma mútua fecundação: das nossas mesas ao altar, do altar às nossas mesas. O amor fraterno que nos une em torno delas deve ser vivenciado sempre, para que convivendo como irmãos e irmãs neste mundo, sejamos um dia convivas no banquete celeste.

Termino com um poema meu, inspirado após admirar a convivialidade sacramental de um almoço entre familiares e amigos:

Liturgia Doméstica
(Daniel Reis)

O canto da cozinheira
com a panela no fogo
“Vem aí o meu povo!”
para aqui se fartar.

De longe o alho amassado
ungido no azeite começa a cheirar.
Este é o incenso da casa,
faz pensar no deleite
do alimento a esperar.

Paramentada com seu avental
ela serve a comida,
gesto sacramental.
Um cuidado e carinho assim
só podem advir de um amor sem igual.

Na ausência do sino
o repicar dos talheres
convida: está pronto!
Venham todos comer,
eis que já está posta
a mesa do encontro.

No banquete da vida
se reforçam os laços da fraternidade.
Na conversa amiga,
uma bela cantiga,
no amor, a unidade.

Entorna-se a taça
manchando a toalha,
com um sorriso, o perdão.
Família unida,
sentados à mesa,
eis aí a beleza!
Fez-se ali comunhão.

*Daniel Reis é leigo, graduando em Teologia e em Direito, pela PUC Minas. Cursou Especialização em Liturgia, pelo Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard e Universidade Salesiana de São Paulo (UNISAL). Membro da coordenação e assessor da Comissão de Liturgia da Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Membro e assessor do Secretariado Arquidiocesano de Liturgia (SAL). Membro do Regional Leste II para a Liturgia, da CNBB. Membro da diretoria da Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI).

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