Concluída a série sobre os Dez Mandamentos, o Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses dedicado ao “Pai-Nosso”. Diante de milhares de fiéis na Sala Paulo VI, o Papa partiu sua explicação do Evangelho de Marcos.
Todos te buscam!
Diante de milhares de fiéis na Sala Paulo VI, o Papa partiu sua explicação do Evangelho de Marcos.
Desde a primeira noite de Cafarnaum, Jesus demonstra ser um Messias original. Na última parte da noite, quando o alvorecer se anuncia, os discípulos ainda o buscam, mas não conseguem encontrá-lo. Até que Pedro finalmente o encontra num lugar isolado, completamente absorto em oração. E lhe diz: “Todos te buscam!” (Mc 1,37).
Mas Jesus diz aos seus que deve ir além; que não são as pessoas a buscá-Lo, mas é antes de tudo Ele a buscar os outros. Por isso, não deve fincar raízes, mas permanecer continuamente peregrino pelas estradas da Galileia. “E também peregrino em relação ao Pai, isto é, rezando. Em caminho de oração.”
“Tudo acontece numa noite de oração”, notou o Papa. “Em alguma página das Escrituras, parece ser a oração de Jesus, a sua intimidade com o Pai, a governar tudo”, explicou.
Jesus, homem de oração
“Eis o ponto essencial: Jesus rezava.” Jesus rezava com intensidade nos momentos públicos, mas buscava também locais apartados que lhe permitissem entrar no segredo de sua alma. Rezava com as orações que a mãe lhe havia ensinado.
Jesus rezava como reza qualquer homem do mundo. E mesmo assim, no seu modo de rezar, estava contido um mistério, algo que certamente não passou despercebido aos olhos dos seus discípulos, a ponto de dizerem: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Eles viam Jesus rezar e tinham vontade de aprender.
“E Jesus não recusa, não tem ciúme da sua intimidade com o Pai, mas veio justamente para nos introduzir nesta relação. E assim se torna mestre de oração dos seus discípulos, como certamente quer ser para todos nós”.
Sempre aprender a rezar
“Mesmo rezando há muitos anos, devemos sempre aprender”! – exclamou o Papa. A oração do homem, este anseio que nasce de modo assim tão natural da sua alma, é talvez um dos mistérios mais intensos do universo. E não sabemos nem mesmo se as orações que endereçamos a Deus são realmente as que Ele quer ouvir de nós.
Há orações inoportunas, afirmou Francisco, citando aquela narrada na parábola do fariseu e do publicano. O fariseu era orgulhoso, fazia de conta que rezava, mas seu coração era frio.
“O primeiro passo para rezar é ser humilde. Ir ao Pai, a Nossa Senhora: ‘Olhe, sou pecador, fraco, malvado’, cada um sabe o que dizer. Mas sempre se começa com a humildade. O Senhor escuta, a oração humilde é ouvida pelo Senhor.”
Por isso, iniciando este ciclo de catequeses sobre a oração de Jesus, a coisa mais bela e mais justa que todos devemos fazer é repetir a invocação dos discípulos:
“Será belo no tempo de Advento repetir: Senhor, ensina-nos a rezar. Todos podemos ir além e rezar melhor e pedir ao Senhor, ‘ensina-nos a rezar’. Façamos isso neste tempo de Advento. Ele certamente não deixará cair no vazio a nossa invocação”.
Imaculada
O Papa lembrou a celebração no próximo sábado, 8 de dezembro, da solenidade da Imaculada Conceição. “Entreguemo-nos a Nossa Senhora! Ela, como modelo de fé e de obediência ao Senhor, nos ajude a preparar os nossos corações a acolher o Menino Jesus no seu Natal”, disse Francisco.
Como é tradição, no dia 8 o Papa vai até a Praça de Espanha para uma homenagem com flores a Nossa Senhora.
Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte